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Em 1852 nascia na ainda Vila de Atalaia, José de Albuquerque Pontes. Filho de José de Albuquerque Pontes, de quem herdou o nome, e da senhora Joana de Albuquerque Vasconcellos.
Major Zezinho, como era conhecido, foi agricultor bem sucedido na região da grande Atalaia (Atalaia, Capela e Cajueiro), político e patriarca de uma das mais importantes famílias atalaienses, que tem em sua descendência três dos maiores lideres políticos e ex-prefeitos desta terra: Luiz Vigário, Zé do Pedrinho e Chico Vigário.
Pertencente a uma tradicional família que “lutaram para se estabelecer no senhorial que foi criado, fundamentalmente, no vale do Paraíba, desde o término das batalhas dos Palmares no século XIX”, conforme destaca o historiador alagoano Luiz Sávio de Almeida, em seu artigo “Minha caderneta de lembranças e pendências com a vida (I)”.
“Eram gente sertaneja, vinda dos lados de Belo Jardim, Pernambuco, em um tempo de seca pesada. Encontram a rede de água do Paraíba e por ali se estabelecem. (...) Se vieram, os Pontes, – e, portanto, não eram daqui – acredito que deve ter sido pelo século XVIII, depois das lutas palmarinas”, destaca o historiador em seu artigo.
Com apenas 20 anos de idade, José de Albuquerque Pontes casa-se no dia 29 de junho de 1872 com Rosa Amélia de Lima Sampaio (Albuquerque), com quem teve três filhos: Maria, José de Albuquerque Pontes Filho (Zé Menino) e Antônia.
Viúvo pelo falecimento de Dona Rosa, ocorrido em 16 de outubro de 1889.
Com pouco mais de um mês do falecimento da primeira esposa, contrai segunda núpcias no dia 27 de novembro de 1889 com Maria Augusta Moreira de Albuquerque, a Dona Lica. Dessa união nascem 5 filhos: Francisca, Francisco (Major Vigário), André, José Procópio (Juca da Burarema) e Josefa. Todos nascidos na última década do século XIX.
Também é pai de Enéas (1909), Benedita (1924) filha de Antônia Barros, e Severina (1925).
Em Atalaia, o Major Zezinho era dono do Coité, um pequeno engenho que fabricava entre 680 a 700 pães de açúcar por ano. Também foi proprietário dos engenhos Logrador, Búzios, Retiro, Boa Sorte e Mombaça. Dono das fazendas Cantinho e Sítio do Meio.
Sítio do Meio foi uma das propriedades do Major Zezinho.
Foi Juiz de Paz do Distrito de Capela, quando essa região ainda pertencia a Atalaia. Também Subdelegado do Distrito da Sapucaia.
Na eleição municipal ocorrida no dia 7 de outubro de 1922, concorre ao cargo de vice-Intendente de Atalaia. Candidato único, um costume nas articulações políticas da época, foi eleito obtendo 182 votos. O Intendente eleito foi o Dr. João Carlos de Albuquerque, que obteve a mesma quantidade de votos.
Exerceu seu mandato de 7 de janeiro de 1923 até 7 de janeiro de 1925.
Talvez, por falta de interesse próprio, não teve no exercício da política o mesmo destaque que teve como agricultor. Caso quisesse, certamente teria muitos outros mandatos, devido a sua grande influência na região. Mas, politicamente falando, não podemos dizer o mesmo da grande prole que descende do Major Zezinho, composta por ex-prefeitos, deputados estaduais e vereadores de várias cidades alagoanas.
Participando de evento na Casa de Cultura, o então prefeito Zé do Pedrinho e o então vereador Chico Vigário, ambos bisnetos do Major Zezinho.
De José de Albuquerque Pontes Filho (Zé Menino), descendem:
Seu neto José Lopes de Albuquerque (Zé do Pedrinho), foi prefeito de Atalaia por três mandatos. (Bisneto do Major Zezinho)
Sua neta Lucila Régia Albuquerque Toledo, foi deputada estadual por Alagoas e é a atual prefeita de Cajueiro. (Bisneta do Major Zezinho)
Seu neto Josué de Albuquerque Melo, ex-vice-prefeito de Atalaia. (Bisneto do Major Zezinho)
Seu neto Radjalma Albuquerque foi vereador por dois mandatos na cidade de Santa Luzia do Norte. (Bisneto do Major Zezinho)
Sua bisneta Marta Maria Barbosa Albuquerque, foi vereadora de Atalaia por dois mandatos. (Trineta do Major Zezinho)
Seu bisneto o deputado estadual Bruno Toledo, filho de Lucila Toledo. (Trineto do Major Zezinho)
De Francisco de Albuquerque Pontes (Major Vigário), descendem:
Seu filho Luiz de Albuquerque Pontes (Luiz Vigário), foi vereador de Atalaia e prefeito da cidade em duas oportunidades. (Neto do Major Zezinho)
Seu neto Francisco Luiz de Albuquerque (Chico Vigário), foi vereador e prefeito de Atalaia por quatro mandatos, sendo o que por mais tempo passou a frente da administração municipal. (Bisneto do Major Zezinho)
Seu filho Edson de Albuquerque Pontes (Edson Vigário), foi vereador de Atalaia. (Neto do Major Zezinho)
Seu neto Luiz Fernando de Albuquerque (Fernando Vigário), é o recordista de mandatos em Atalaia como vereador, são 9 mandatos. (Bisneto do Major Zezinho)
Seu neto Rodrigo de Medeiros Albuquerque, ex-vice-prefeito de Atalaia. (Bisneto do Major Zezinho)
Seu bisneto José Luiz de Albuquerque Lucena (Zé Luiz), é vereador na cidade de Capela. (Trineto do Major Zezinho)
Seu bisneto Rummenigge Rodrigues de Almeida (Rudinho), é vereador na cidade de Atalaia. (Trineto do Major Zezinho)
De José Procópio de Albuquerque (Juca da Burarema), descende:
Seu bisneto Fabricio Medeiros Torres foi vereador de Atalaia na última Legislatura, de 2019 a 2020. (Trineto do Major Zezinho)
Além de sua prole com destaque na política, vários filhos, netos e bisnetos do Major Zezinho foram grandes agricultores e pecuaristas.
Sua neta Zenaide Albuquerque, filha do Zé Menino, destaca um avô caridoso e respeitado em toda a região. “O que sei do Major Zezinho é pelo que a Lucila, minha irmã, me contava. Me dizia que era uma pessoa boa, que gostava de ajudar as pessoas. Mas, com sua postura autoritária, que transmitia respeito em toda a região. A policia não entrava em suas propriedades, tinha que pedir primeiro autorização”, destaca sua neta.
Major Zezinho era uma pessoa culta. Tinha uma ótima caligrafia. Sempre era um dos nomes indicados para compor as mesas eleitorais da época, seja como presidente ou mesário.
José de Albuquerque Pontes faleceu em Atalaia no dia 19 de abril de 1940, aos 88 anos de idade.
Major Zezinho ao lado de sua segunda esposa, Dona Lica.