A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) na qual se posicionou contra o desmembramento de um inquérito que tem o senador Aécio Neves (PSDB) entre os investigados.
A manifestação foi enviada após a defesa de Aécio pedir o desmembramento das investigações.
Os advogados do senador querem que as apurações sobre os demais envolvidos – incluindo a irmã dele, Andrea Neves – sejam remetidas à primeira instância da Justiça e que somente a parte referente ao tucano fique no STF.
Ao Supremo, Raquel Dodge observou que a investigação ainda está na fase inicial, acrescentando que o inquérito deve prosseguir.
Além disso, a procuradora afirma que a produção de provas está ligada a todos os envolvidos e, por isso, não é possível o desmembramento.
O inquérito
O inquérito foi aberto para apurar a suposta prática de lavagem de dinheiro por parte de Aécio, além do suposto recebimento de vantagens indevidas pelo grupo J&F, controlador do frigorífico JBS.
Como parte do acordo de delação premiada, o dono da JBS, Joesley Batista, entregou em maio de 2017 um áudio de uma conversa dele com Aécio na qual os dois acertam o pagamento de R$ 2 milhões.
Na gravação, Aécio diz que o dinheiro servirá para pagar advogados que o defendem na Lava Jato. A PGR afirma que o dinheiro era propina.
Quando o áudio se tornou público, Aécio negou o recebimento de propina e afirmou que a única prioridade seria preparar a defesa e provar o "absurdo" das acusações.