Em 05 de agosto do ano de 1930, nascia no município de Atalaia-AL, Josué Albuquerque Melo. Um dos quatro filhos do senhor Jerônimo Fausto de Melo com dona Lucila Albuquerque Melo. Os outros filhos são: Alírio, José e Nazaré.
Também é irmão de Miriam, Dinorá, Luís Gonzaga e Pedro Melo, filhos do segundo matrimônio de dona Lucila com o senhor Arnóbio de Melo Costa, ex-vereador de Atalaia.
É bisneto de José de Albuquerque Pontes, o Major Zezinho, ex-vice-Intendente de Atalaia na década de 20 do século passado. Primo do ex-Intendente José Ferreira Bastos e do ex-prefeito Zé do Pedrinho. Tio da atual prefeita de Cajueiro, Lucila Toledo.
Casa-se no município de Atalaia com Maria Lucí Vieira de Melo, pertencente a tradicional família atalaiense, Vieira da Costa, do Distrito Sapucaia.
Desse matrimônio nascem cinco filhos: Jerônimo, Luciane, Lanuza, Liliane e Josué Filho.
Josué ao lado de sua esposa Maria Lucí Vieira de Melo.
Residiu por muitos anos no centro de Atalaia, primeiro na residência de seu avô Antônio Amâncio de Melo Bastos. Após seu casamento, passa a residir em frente ao antigo Hospital Maternidade Darcy Vargas. Depois, vai residir com sua família no pedaço de chão que tanto amava em Atalaia, no Distrito Sapucaia.
Exemplo de força e honestidade, Josué Albuquerque Melo sempre foi o alicerce de sua família. Passou por muitas dificuldades, mas soube superá-las com trabalho e coragem. Foi funcionário público, feirante, agricultor, empresário e político.
Por muitos anos trabalhou como motorista da Prefeitura de Atalaia. Vendedor de sururu na feira livre da cidade. Dono de padaria e de loja de móveis, estabelecimentos comerciais que vendeu para adquirir a Fazenda Patrocínio, em Atalaia. Proprietário de uma loja de equipamentos rodoviários, a Acauã, localizada em Maceió e também dono de uma transportadora de caminhões canavieiros.
Com o término do último mandato de vereador do seu padrasto, o senhor Arnóbio de Melo Costa, ocorrido em 1966, passa Josué Albuquerque Melo a ser o representante da família no Legislativo atalaiense. Eleito em 15 de novembro de 1966 para o seu primeiro mandato de vereador, sendo reeleito em mais duas Legislaturas consecutivas.
Homem de um coração gigante e muito querido pela população atalaiense, que teve a honra de tê-lo como vice-prefeito eleito do município, no último mandato do saudoso ex-prefeito Zeca Lopes, de 1973 a 1976. Era filiado a Aliança Renovadora Nacional – Arena.
“Uma pessoa muito humana, humilde, família, caridoso, amoroso. Um maravilhoso pai, avô, amigo, sogro, tio, irmão, filho e esposo. Ele reunia todas as qualidades boas que existe no ser humano”, destaca sua filha Liliane Vieira de Melo Amorim.
Em 23 de dezembro de 2008, Josué Albuquerque Melo aos 78 anos de idade, faleceu de cirrose hepática. Estava internado na Santa Casa de Misericórdia, em Maceió.
“Sempre gostava muito de brincar com as pessoas. Todos que lhe conheceram só falam coisas boas ao seu respeito, dos empregados aos amigos mais próximos, pois tratava todos iguais, independente de condição financeira e posição social. Gostava da casa cheia, dos almoços de domingo com sua família. Celebrou suas bodas de ouro com uma grande festa, um momento lindo e inesquecível para todos”, comenta sua filha Liliane.
Josué também foi poeta e escreveu versos que hoje ajudam a amenizar em seus familiares e amigos, um pouco da grande lacuna e imensa saudade ocasionada por sua partida.
FOLHA MORTA
“Vejo as folhas secas, que rolam no chão
E que a brisa deixa levar
Tão insignificante! Tão solitárias!
Não quero ser como uma dessas folhas mortas,
Inútil e sem vida.
Quero ser importante na vida de alguém.
Na tua vida, tal quanto és para mim.
Não permitas que eu seja em tua vida,
Como uma dessas folhas mortas,
Que rola nas estradas sem destinos,
Sem a menos ser percebidas.
Não! Não quero rolar por ai sem destino
Sem importância... Me leva contigo!
Josué Albuquerque Melo – 13/01/1993
“Quando eu morrer,
Você cave no torrão da terra virgem,
Faça dele o meu travesseiro,
Quando eu morrer, você asperge as águas claras
Do Rio Mataraca sobre os meus restos humanos.
Quando eu morrer,
Você corte um ramo deste jasmim cheiroso,
E cruze em minhas mãos.
Quando eu morrer,
Você reza nos meus ouvidos, junto com todos,
Que me amaram.
Quando eu morrer,
Você diga aos que perguntarem por mim,
Que eu morri como nasci, amando todas as mulheres.
Quando eu morrer,
Diga ao Senhor Deus, que esta alma que tremula,
Dentro de mim e que resguardo
Com temor de uma criança que transporta
Uma urna de vidro pelo meio da rua agitada,
Não é minha, não a fiz, nem lhe dei moldes,
Ou designo.
Fostes vós que o fizeste, através de Vossas Leis
Criadoura e inexplicáveis.
Sinto perto dela uma sensação de incerteza
Ou uma visão de translação.
Se a queres de volta ao nada ou a essência vital,
Ei-la submissa ao seu autor”.
Josué Albuquerque Melo, 05/08/1996