José Correia Filho nasceu em 30 de outubro de 1927, em Atalaia, Alagoas. É um dos filhos de José Correia da Silva e de Bertilha Medeiros Correia.
Estudou em sua terra natal e também fez parte da primeira turma do Colégio Batista em Maceió.
Trabalhou na empresa Cine Fênix, do saudoso Pedro Lopes de Vasconcellos. Chegou a fazer parte do quadro diretivo daquela histórica empresa para Atalaia, responsável pela luz elétrica da cidade, pelo cinema e outros serviços, como o de alto falantes.
Foi também secretário do Colégio Nossa Senhora das Brotas, funcionário público municipal e funcionário público estadual.
De seu primeiro casamento, com Natalina Cecília de Albuquerque, teve duas filhas: Maria da Conceição de Albuquerque Correia e Talma de Albuquerque Correia.
Do segundo casamento, com Iara Maria Camelo Correia, neta do ex-Intendente de Atalaia, Alfredo de Mello Camello, teve o casal de filhos: Tereza Maria Camelo Correia e Manoel Antônio Camelo Correia (Maninho).
José Correia Filho, o Zé Correia, foi desde muito novo uma figura de destaque nos meios sociais de Atalaia. Muito querido e respeitado pela sociedade atalaiense, que em 1958, com apenas 31 anos de idade, o elegeu para seu primeiro mandato de vereador.
Filiado ao Partido Social Democrático – PSD, formou nesta Legislatura, ao lado de Manuel Medeiros (Seu Manú) e George Raposo, um grupo de oposição ao então prefeito da época.
Por vários mandatos, desde o final da década de 50 até meados da década de 70, foi uma das principais vozes a representar os atalaienses na Câmara Municipal. E cumpriu sua missão legislativa com brilhantismo e muita dedicação, na busca sempre do desenvolvimento de sua amada cidade de Atalaia.
Vereador atuante e participativo, sempre fazendo uso da palavra para levantar e debater assuntos de interesse da população.
Zé Correia foi presidente do Clube Social Atalaiense, época em que aquele espaço cultural viveu seu tempo áureo, com a realização de grandes bailes e festas. Criou a “Noite das Estrelas”, onde homenageava atalaienses ilustres.
Foi membro da Maçonaria, em Maceió, onde em 19 de agosto de 1969, tornou-se Mestre.
Passando a residir com sua família na capital de Alagoas, fundou a Associação dos Moradores do Conjunto Village Campestre I, sendo o seu primeiro presidente.
Vítima de um câncer no colón do reto, faleceu em Maceió no dia 26 de maio de 2013, aos 85 anos de idade.
“José era um homem honesto, íntegro, que muito trabalhou por Atalaia. Era querido por onde passava e fazia amigos com muita facilidade. Trabalhou no Colégio Nossa Senhora das Brotas enquanto eu ainda era estudante, foi vereador por muitas vezes, além de presidente do clube, onde muito gostava de organizar festejos e bailes. Tivemos dois filhos (Manoel Antônio e Tereza Maria), três netos (Mariah, Manoela e Ronnie Miguel) e hoje, uma bisneta (Ana Laura)”, destaca sua esposa, Iara Maria Camelo Correia.
“Foi um homem honesto e um bom amigo”, comenta o seu filho Manoel Antônio. “Papai era muito querido por onde passava, seja em Atalaia ou já em Maceió, fazia amigos com facilidade e gostava muito de futebol, assistia aos jogos no campo do Village Campestre I, desde que começamos a morar lá e até antes de adoecer. Amava Atalaia, mas era apaixonado pelo Flamengo e pelo CRB, e assistia a todos os esportes que passam na televisão aos domingos”, completa.
Sua filha Tereza Maria Camelo Correia, relaciona com orgulho, as inúmeras qualidades de seu pai. “Papai era amigo de todo mundo, alguém que não tinha inimizades, era querido por toda a cidade e conhecido de todos. Eu era muito ligada a meu pai e até hoje compartilho dos mesmos gostos que ele, também gosto de festejos e essa foi a herança que ele me deixou, o acompanhava em tudo, nas matinês que fazia, nos bailes, comícios, em todos os eventos, desde pequena. Quando jovem, José jogou no primeiro time de voleibol da cidade, chegou a jogar futebol também. Ocupou diversas funções e cargos públicos, foi vereador, diretor do clube, funcionário público municipal, trabalhou no Colégio Nossa Senhora das Brotas. Na época em que foi diretor do clube, o carnaval de Atalaia era famoso, considerado um dos melhores do Estado, ia gente de toda a região e tinha como atração A Banda do Camarão. Organizava vários bailes, com as bandas e cantores do momento, como Altemar Dutra, Tuareg, Cassino de Servilha, Luiz Gonzaga, Camélia Alves, Cio da Terra. Festeiro, chegou até a puxar quadrilha no Colégio Nossa Senhora das Brotas e a puxar o bloco carnavalesco Bacalhau na Vara. Era vereador atuante, numa época em que vereadores sequer recebiam subsídios, e fazia campanhas e comícios com os mais variados políticos da cidade, Guilherme Palmeira, Divaldo Suruagy, Fernando Collor, Aluísio Nonô e José Thomaz Nonô, e sempre as meninas do vôlei da cidade me pediam para falar com ele e tentar algum auxílio para o time, e ele conseguia bola, rede, uniforme, era muito querido”.
Sua sobrinha Claudia Medeiros Albuquerque, lembra de um tio muito querido. “Tio Zé era um tio muito querido, eu era grudada com ele. Quando pequena, achava o máximo assistir seus comícios, ele falava muito bem, e com sua personalidade expansiva, era querido por todos. Era muito festeiro e organizava muitos bailes em Atalaia. Lembro também que trabalhou no Colégio Nossa Senhora das Brotas, quando a Iara estudava lá. Em todos os meus aniversários, ele me buscava e me levava para a praça para tirar foto, e na minha formatura foi quem entrou comigo e dançou a valsa. Hoje só restam essas lembranças muito boas”, destaca.
Mariah Camelo Correia Sales comenta sobre o privilégio que teve, por ser a neta primogênita, de ter convivido mais tempo com Zé Correia. “Privilégio é ser neta mais velha de Zé Correia e Iara, e viver com esses seres iluminados desde que nasci.
Como avô, José era puro mimo, carinho e amor, me chamava de princesa e construía um castelo de sonhos ao meu redor, tê-lo por perto era sempre ter com quem brincar, era assistir futebol religiosamente todo domingo, fazer todas as refeições juntos à mesa, era receber sua bênção (também a de Santa Terezinha, sua protetora) e seu beijo de boa noite diariamente e ter a certeza de que ele sempre estava "firme e forte como o velho Pão de Açúcar e as pirâmides do Egito” ou “melhor agora que estou lhe vendo".
Como cidadão de Atalaia, meu avô era orgulhoso, lembrava com amor de sua terra e contava alguma história de lá todos os dias, seja de bailes que tinha organizado com Altemar Dutra, Luiz Gonzaga e outros artistas; de políticos que tinha recebido em casa, como Dilvaldo Suruagy; de ter sido secretário do colégio quando Iara era ainda estudante; dos cordões azul e encarnado do pastoril e, torcendo pelo encarnado, era nisso oponente do seu sogro, Camelinho e de Iara,sua esposa; era saber de como Tereza o acompanhava em comícios, bailes e carnavais e como tinha que resolver algumas poucas traquinagens de Maninho. Ouvir essas estórias era ser transportada para Atalaia e sentir como se tivesse vivido a mesma época. Até o fim de seus dias, em seus últimos devaneios, Zé Correia carregou Atalaia em seu coração, apesar de nunca ter sido reconhecido por sua terra.
José era o típico político boa praça (no bom sentido da palavra), fazia questão de sentar na calçada de nossa casa, em Maceió, e cumprimentar conhecidos e desconhecidos que passavam pela rua, andar com ele era a certeza de que seria parado em algum momento por algum conhecido para ser cumprimentado. De pura simpatia, perguntava sobre toda a família de quem estava falando, mesmo que a memória já não o permitisse lembrar de quem se tratava.
Ser neta de José Correia Filho é ser amada sem igual, carregar seu gosto por futebol, rezar por Santa Terezinha, ser orgulhosa do homem íntegro e honesto que foi e compartilhar do seu amor por sua querida Atalaia”.