O assassinato de Jaelson Melquíades, liderança do MST em Alagoas, completou 17 anos nesta terça-feira (29). A data foi relembrada com ações na cidade de Atalaia, município em que Jaelson foi morto em 2005. A programação contou com uma celebração religiosa a partir das 16 horas, seguida de marcha pelo centro da cidade, contra a violência e a impunidade.
Margarida da Silva, da Direção Nacional do MST e assentada na região de Atalaia, destaca a importância da mobilização dos Sem Terra pela memória de Jaelson. “É a nossa memória, organização e luta que se coloca como uma importante ferramenta de enfrentamento à impunidade. Todos os anos precisamos manter vivo o legado de Jaelson e reafirmar que nossa disposição de enfrentar o latifúndio e todos aqueles que se colocam como barreiras para a organização popular seguirá viva, assim como a história do nosso companheiro”.
Margarida ressaltou ainda que, além das ações em Atalaia, diversos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária em Alagoas realizaram ações simbólicas pela passagem da data.
“Hoje todo nosso Movimento estará mobilizado pela memória de Jaelson e contra a violência no campo e na cidade. Nossas áreas vão realizar plantio de mudas, organização de atividades religiosas, debates e uma diversidade de iniciativas para marcar essa data”, comentou a dirigente.
Jaelson Melquíades
Dirigente do MST em Atalaia, Jaelson foi assassinado fruto de um consórcio do latifúndio da região e a conivência de autoridades da região.
Jaelson foi morto numa emboscada armada, surpreendido por pistoleiro quando se deslocava de uma atividade. Desde seu assassinato o caso de Jaelson esteve impune, quando somente em agosto de 2016, após muita cobrança dos movimentos de luta pela terra, um suposto executor do crime foi preso.
Desde então, as organizações camponesas marcam o dia 29 de novembro como o Dia Estadual de Luta Contra a Impunidade e a Violência no Campo e na Cidade.
* Texto adaptado do site MST.