O técnico em eletrônica Ananias José Ferreira tem 63 anos. Ele é viúvo, pai de quatro filhos e viveu a alegria de conquistar o seu primeiro carro semiautomático. No entanto, a conquista acabou virando um grande susto. Por falta de costume com essa tecnologia, ele não soube o que fazer quando o veículo deu um arranque. A consequência foi uma forte colisão seguida de capotamento, no último dia 21 de julho, em Atalaia, que resultou ainda no esmagamento de sua mão esquerda e no internamento no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, cuja equipe agiu com agilidade e eficiência, evitando assim a amputação do membro.
“Eu estava dirigindo, tranquilo, fiz um balão, troquei a marcha e, inesperadamente, ele acelerou sozinho. Eu não sabia o que fazer, não consegui frear, nem pensei em desligar o carro. Adiante, havia um quebra-mola e precisei jogar o carro contra a traseira do outro que estava à minha frente. Foi a alternativa que consegui encontrar naquele instante para parar o carro. Eu bati, o carro rodou, capotou, e nessa rotação, como estava de vidro aberto, a minha mão foi para a pista e o carro foi para cima”, relatou Ananias, que reside no município de Atalaia.
A violência da colisão acarretou na perda total de ambos os carros e a necessidade do socorro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Após a realização dos primeiros atendimentos no local, o Serviço Aeromédico foi acionado e transportou o ferido até a maior unidade de Urgência e Emergência de Alagoas, que avaliou o caso na Área Vermelha Trauma e o encaminhou imediatamente para o centro cirúrgico.
“O paciente teve múltiplas fraturas e lesões extensas de partes moles. O atendimento foi feito pela Cirurgia Vascular e Ortopedia. A Cirurgia Vascular, naquele instante, descartou a lesão vascular com necessidade de ligadura ou reparo, então ele acabou sendo abordado somente pela Ortopedia. O procedimento foi um controle de danos local. O objetivo inicial foi lavar bastante, cobrir as estruturas nobres e estabilizar a fratura”, explicou o médico ortopedista Flávio Dantas.
No caso do técnico em eletrônica, o ortopedista explica que foi possível suturar a parte palmar da lesão, porém a lesão do dorso da mão teve perda de cobertura de partes moles. Por conta disso, foi aplicada uma cobertura provisória para novas abordagens em breve. A expectativa é que sejam restauradas ao máximo as funções possíveis desta mão.
“Estou bem, me sinto bem, mas ansioso pelos próximos procedimentos. Sei que o meu ferimento foi muito grave e que poderia perder a minha mão se não tivesse recebido toda essa atenção do Samu e aqui no HGE. Agradeço a todos os profissionais envolvidos e aproveito para aconselhar outros condutores a ler o manual de instruções antes de dirigir o carro”, concluiu Ananias Ferreira, que está internado na Área Verde do HGE.
* Com informações da Assessoria do HGE