Um importante e necessário movimento de resgate histórico e cultural vem sendo realizado no município pelo Núcleo de Cultura Popular de Atalaia, com o objetivo de valorizar as culturas populares e contribuir para seu protagonismo em nossa sociedade.
Já estão inseridas neste projeto as seguintes manifestações culturais: Coletivo Afro Odara, Coco de Roda Batuque Atalaia, Afoxé Ogunjá, Capoeira Brasil, Guerreiro Topa Parada e Banda de Pífano.
Idealizador deste projeto, o atalaiense Felipe Kauê destaca que o Núcleo de Cultura Popular de Atalaia nasceu da necessidade de ouvir as pessoas envolvidas com a história e a cultura do município.
“Com a busca de um resgate histórico e cultural, pude criar o Núcleo, incentivando os movimentos culturais já existentes em nosso município e, também, criando outros movimentos, a exemplo do Coco de Roda Batuque Atalaia, cujos ensaios já se iniciarão nos próximos dias. Vamos buscar dar todo o apoio para estruturar esses grupos culturais, com som, espaço para ensaios, suporte com lanche nos dias de ensaio, entre outras ações”, destaca Felipe.
Felipe Kauê comenta, ainda, que está sendo viabilizada uma reunião com a Focuarte, com o presidente João Lemos. “Vamos tratar, inclusive, de políticas públicas voltadas para o Patrimônio Vivo e o resgate da cultura de um modo geral”.
“É um movimento independente, mas que conta também com o apoio do nosso município por meio de parcerias, nas quais temos utilizado o auditório da Secult. Porém, o Núcleo de Cultura Popular de Atalaia é independente, sendo uma movimentação dos grupos culturais”, completa Felipe Kauê.
Guerreiro Topa Parada – antigo Guerreiro São José
Terra que se orgulha de ter tido grupos de Guerreiro que marcaram a história cultural de Alagoas, a exemplo dos comandados pelo Mestre Adelmo e pela Mestra Joana Gajuru, o município de Atalaia vê este movimento cultural resistir em nossa cidade.
Comandado pelo Mestre Val, o antigo Guerreiro São José agora passa a ser conhecido como Guerreiro Topa Parada do Gavião. O Mestre começou a dançar Guerreiro aos 12 anos de idade, na cidade de Maribondo, no Guerreiro da Mestra Nete da Gajuru, depois no Guerreiro do Mestre Adelmo e, atualmente, também dança no Guerreiro do Trinado de Maceió.
No ano de 2000, fundou, no Povoado Gavião, na cidade de Atalaia, o Guerreiro São José. “A nossa primeira apresentação foi na Vila, na Igreja Nossa Senhora Aparecida, a convite do Seu Pedro da Padaria, de saudosa memória”, lembra o mestre.
Com o rápido sucesso de seu Guerreiro, Mestre Val foi convidado para ensinar no antigo PETI, onde formou um Guerreiro com a participação exclusiva de crianças assistidas por aquele programa social. Realizaram várias apresentações na cidade e nos povoados.
Quando residia em Maribondo, Mestre Val era vizinho de Joana Gajuru, mestra que muito influenciou seu amor por essa linda cultura. Também conheceu Mestre Adelmo, Mestre João Inácio, Mestre Laurentino, Mestre Eduardo, Mestre Djalma de Oliveira, Mestre Capitinga, Mestre Canarinho, Mestra Nete da Gajuru, Mestre Nivaldo Abdias, Mestra Marilene e vários outros.
Além do município de Atalaia, o Guerreiro Topa Parada já se apresentou nas cidades de Pindoba, Maribondo, Juazeiro do Norte e Maceió. Na capital alagoana, o grupo se apresentou na UFAL, onde, na oportunidade, o Mestre Val pôde conhecer o folclorista Pedro Teixeira, que foi um dos maiores incentivadores e defensores do folclore alagoano.
“Amo o que faço e amo a cultura alagoana. Sou um defensor da cultura”, conclui Mestre Val, do Guerreiro Topa Parada.