Comemorando 20 anos em 2019, o tradicional bloco pré-carnavalesco Pinto da Madrugada reuniu na manhã deste sábado (23), milhares de foliões na Orla de Maceió, para curtir ao som de muito frevo o desfile que este ano trouxe o tema “Viva as artes de Alagoas”, uma referência a diversidade cultural e artística do estado.
Foram homenageados 42 artistas alagoanos, entre artistas plásticos, pintores, escritores, atores e dançarinos. Entre os homenageados pelo relevantes trabatrab prestados a cultura de Alagoas, está o atalaiense artista plástico, autodidata, pesquisador, colecionador e marchand, Jerônimo Miranda.
Residente na cidade de Maceió desde os anos 70, aonde veio a experimentar diversas técnicas do fazer artístico, Jerônimo Miranda já teve seus estandartes expostos no Museu Afrobrasil em São Paulo, além de exposições individuais e coletivas de pinturas e tapeçarias em Alagoas e alguns estados do Brasil, como na Bienal Naifs de Piracicaba. Também expôs seus trabalhos na Espanha por três vezes sob a curadoria de Emanuel Araújo.
Como pesquisador da arte do homem do povo, descobriu e propagou vários artistas alagoanos nas principais galerias e Museus que dizem respeito a vertente popular. Entre os já garimpados por ele estão mestres renomados, a exemplo de Fernando da Ilha do Ferro, João das Alagoas, Sil, Antônio de Dedé, Zezinho e Moacir. Outros, como Petrônio, Gênio Silva, João Francisco, Abelardo, Neno e mestra Irinéia do Muquém, também estão na lista, assim como os de fora – incluindo os famosos Véio, de Sergipe, e Nino, do Ceará.
O Pinto da Madrugada nasceu em 1999, pelas mãos de quatro amigos que tinham em comum a paixão pelo frevo. O nome do bloco foi inspirado no Galo da Madrugada, de Pernambuco, fazendo com que ele se tornasse um descendente direto do dono da festa no estado vizinho.