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Aloísio Chulapa

Natural da cidade de Atalaia, Aloísio é o grande nome do esporte na cidade e um dos grandes nomes no Estado de Alagoas.

Phablo Monteiro
Por: Phablo Monteiro Fonte: Wikipédia e Internet
30/06/2019 às 10h37 Atualizada em 30/06/2019 às 11h32
Aloísio Chulapa
Aloísio Chulapa.

Natural da cidade de Atalaia, interior de Alagoas, nasce no dia 27 de janeiro de 1975, Aloísio José de Silva, mais conhecido como Aloísio Chulapa, aliou sua força física ao seu faro de gol, para construir uma das mais bonitas e vitoriosas trajetórias do futebol brasileiro. Do trabalho no corte de cana em sua cidade, conquistou o mundo em 2005 com o Tricolor Paulista do Morumbi.

No início do ano de 1992, foi de Atalaia à Maceió para realizar o sonho de vestir a camisa do time de coração, o CRB. Atuou nas categorias de base do Galo da Praia até 1994, pois no ano seguinte, sai da capital de Alagoas para o Rio de Janeiro, para defender o Flamengo com status de promessa. Coadjuvante do “melhor ataque do mundo (Sávio, Edmundo e Romário)”. De 1995 a 1996, atua em 26 jogos, marcando três gols e conquistando seus dois primeiros títulos: O Carioca de 1996 e a Copa Ouro de 1996.

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Ainda em 1996 é emprestado ao Guarani, onde atua em 17 partidas, marcando um gol. Porém, só despontou nacionalmente no Goiás. Entre 1997 e 1998, Aloísio Chulapa formou, ao lado de Araújo, um dos mais respeitáveis duetos ofensivos do período. No Goiás foi tricampeão goiano (1997, 98 e 99), balançando as redes 27 vezes. Tamanho destaque lhe valeu sua transferência para a Europa.

Em 1999, o atalaiense chegava ao Velho Continente para defender o Saint-Etienne, de França. Em sua primeira partida no novo clube, encarou o então badalado Mônaco, principal time do país e que contava que em seu elenco com vários jogadores que acabara de vencer o Brasil por 3 a 0 na Copa do Mundo de 1998.

O adversário era recheado de craques, como Gallardo, Trezeguet, Rafa Marques e Barthez, goleiro titular da França campeã mundial. “Toda a monarquia do principado estava presente no estádio e a expectativa era enorme”, relembrou Aloísio, que, no entanto, não tomou conhecimento do goleiro.

O Mônaco vencia por 2 a 1 em casa quando, na metade da segunda etapa, o brasileiro igualou o marcador com estilo. “Fui lançado pelo zagueiro e ganhei do Rafa Marques (zagueiro mexicano ex-Barcelona) na corrida e vi o Barthez adiantado. De esquerda mesmo, toquei por cima dele, na gaveta”, contou.

O jogo terminou empatado em 2 a 2. Apesar da pintura fora de casa, o jogador revela ter sido aplaudido por alguns torcedores. “Fui aplaudido por alguns e muitos jornais disseram que era isso que faltou para o Brasil na Copa de 1998”, explicou.

Pelo Saint-Étienne, jogou 39 partidas e balançou as redes 10 vezes. Em 2001, se transfere para o Paris Saint-German, onde viveu grandes momentos de sua carreira, sendo companheiro de ataque de Anelka, Okocha e Ronaldinho Gaúcho. Atuou em 65 partidas, marcando 16 gols e conquistando em 2001, uma Copa Intertoto da UEFA, torneio disputado por equipes que não se classificavam para a Liga dos Campeões e nem Copa da UEFA, na época. Foi seu primeiro título internacional.

Na estréia de Ronaldinho no PSG, foi Aloísio que roubou a cena. O técnico do PSG na época teve de escolher e sacar um dentre seus três melhores jogadores, para dar lugar ao recém contratado. No fim, Aloísio foi quem saiu, mas engana-se que nessa partida ele ia passar batido nas notícias.

“Aí na estreia dele, o Luis Fernandez (técnico do PSG na época) pensou: ‘quem eu vou tirar’ para colocar o Ronaldinho?’ Tinha eu, Anelka e o Okocha (para sair). Eu artilheiro do campeonato, e não é que ele me tirou?”, contou para gargalhadas dos presentes. “Na estreia dele, começou o jogo, o Parc de Princes lotado, todos os jornais estamparam ‘O príncipe vai pousar no seu Parc’… Aí começa o jogo… zero a zero. Vai pro segundo tempo… zero a zero. Aí o Luis Fernandez me chamou e quando eu entrei não deu nem cinco minutos e eu fiz o gol”, relembrou Chulapa.

“Aí os jornais no outro dia: ‘O homem roubou a cena do Ronaldinho'”, finalizou Chulapa.

Em 2003, no final de sua passagem pelo PSG, foi sondado para retornar ao Flamengo, porém seu destino foi o Rubin Kazim da Rússia, onde atuou por dois anos.

Retorna ao Brasil em 2005, quando acertou com o Atlético-PR. Brilhou naquela temporada. Foi um dos destaques do Atlético Paranaense que assombrou a América do Sul, sendo vice-campeonato da Libertadores. Neste ano, também foi campeão paranaense.

Aloísio Chulapa teve grande atuação nas quartas de final da Libertadores da América de 2005, quando o Furacão venceu o Peixe por 2 a 0 e se classificou na competição. Herói daquela partida, p atacante Aloísio Chulapa, foi autor dos dois gols do time paranaense naquela noite.

- Foi um momento histórico. Foi uma vitória que até hoje o torcedor não esquece. No primeiro gol eu imitei o Ronaldo Fenômeno, que comemorava o gol colocando a mão na testa para homenagear a Cicarelli. Quando fiz o primeiro gol, imitei e o zagueiro Danilo disse que eu estava com a mão errada. Aí eu disse: então vou marcar mais um e comemorar certo. E aí eu fiz e olhei para ele perguntando se estava certo - revela o bem humorado Aloísio, em entrevista ao site Lance.

Apesar da sua ótima atuação na final, o vice da Libertadores deixou um gosto amargo no homem gol. Porém, teve sua redenção ao final daquela temporada, pois acabou atraindo o interesse do São Paulo, que, sugerido por Amoroso, contratou-o a tempo de disputar o Mundial Interclubes de 2005, no Japão. Fez parte da seleção da Copa Toyota Libertadores da América daquele ano.

No São Paulo, Aloísio possivelmente viveu a melhor fase de sua carreira. Ganhou títulos importantes, como o Mundial Interclubes, no Japão e o Tricampeonato Brasileiro (2006, 2007 e 2008), e passou a receber destaque na mídia nacional e internacional. Foi dele a assistência para o gol de Mineiro na grande final contra o Liverpool Football Club em 2005 e foi onde ganhou o apelido carinhoso de Chulapa, comparado ao ex-atacante Serginho Chulapa pela semelhança de vergadura entre os dois.

Na disputa do Mundial, o Chulapa tinha a concorrência de Christian e Grafite, mas Paulo Autuori fez sua escolha pelo Alagoano de Atalaia, mesmo sem entrosamento com o time. o Chulapa entrou com tudo já na estréia contra o Al-Ittiha. Brigador como sempre, não deu sossego para a defesa do time Árabe. Aloísio não marcou, mas deu sua contribuição essencial, pois o camisa 14 sofreu o pênalti que Rogério Ceni converteu e deu mais tranquilidade para o Tricolor no jogo.

Mas, a principal contribuição de Aloísio para o São Paulo estava por vir, na final contra o Liverpool – ING, o atacante deu a assistência mais importante de sua vida, como ele mesmo definiu na época “três dedos ala Ronaldinho do Paraguai”. Foram apenas dois jogos para o Chula cair na graça da torcida tricolor.

Aloísio foi um dos pilares do time tricampeão brasileiro de forma consecutiva, São Paulino de coração nunca escondeu a sua felicidade de vestir a camisa do clube. ‘Os três anos que passei no São Paulo são inesquecíveis. “Tenho boas lembranças de todos os clubes, mas no São Paulo foi mais forte por causa das conquistas, uma fase maravilhosa que eu passei. Eu era são-paulino e realizei meu sonho sendo campeão mundial pelo time que eu sempre vou amar”, comenta Aloísio.

Pelo Tricolor Paulista, foram 124 jogos e 23 gols marcados. Foi artilheiro da Copa Toyota Libertadores da América de 2006 e fez parte da seleção da competição naquele ano. Ainda em 2006, ganhou a Bola de Placa da Revista Placar.

No dia 29 de agosto de 2008, Aloísio se transferiu para o Al-Rayyan, do Qatar, por um milhão de dólares.

Após defender o Al-Rayyan por oito meses, onde obteve grandes resultados e ser destaque entre os jogadores, atuando em 25 partidas e marcando 8 gols, Aloísio foi contratado em 9 de maio de 2009 pelo Vasco da Gama, como grande aposta do então técnico do time, Dorival Júnior, para rumar o ataque do time que estava disputando a segunda divisão do brasileiro.

Aloísio demorou 3 meses para poder estrear no seu novo time devido à janela de transferências europeia, onde jogadores de fora do Brasil só poderiam jogar em agosto em times nacionais; porém, durante este tempo ficou realizando atividades físicas e treinando entre os reservas do Vasco da Gama. Ajudou o Gigante da Colina a conquistar o título da Série B e o acesso à primeira divisão. Se tornava tetracampeão seguido do Brasileiro, já que em 2006, 2007 e 2008, tinha sido tricampeão da primeira divisão com o São Paulo.

Em Janeiro de 2010, o jogador encerrou o contrato com o Vasco e acertou com o Ceará. Após três jogos, nenhum gol marcado e um pênalti perdido, Aloísio deixa o Ceará no dia 3 de Março de 2010. Algumas semanas depois ele acertou com o Brasiliense, onde atuou em 25 partidas e marcou 6 gols.

Em 2011 tem rápida passagem pelo Brusque. Em agosto do mesmo ano voltou para o CRB para realizar o sonho de voltar a defender seu time de coração. Aloísio tem grande prestígio com a torcida regatiana. Em seu retorno ao CRB teve uma curta e brilhante passagem, sendo um dos principais destaques da campanha do vice-campeonato da Série C de 2011 e do título do Campeonato Alagoano de 2012.

Em 2013 teve curta passagem pelo Francana, apenas 34 dias depois de ser anunciado. No mesmo ano foi contratado pelo GAMA – DF, para a disputa do Candangão e somou-se aos veteranos Allan Dellon e o goleiro Max como os mais badalados da equipe. O time foi o quarto colocado e sem vaga na Copa do Brasil do 2014.

Assediado por clubes da terceira e quarta divisões nacionais, Aloísio Chulapa optou por retornar a Alagoas ainda em 2013, indo para o Santa Rita. Próximo aos familiares, o centroavante foi importante para o início do processo de ascensão da equipe de Boca de Mata, que venceu a segunda divisão alagoana – o último título da carreira de Aloísio Chulapa.

No dia 12 de março de 2014, Aloísio abriu a escolinha de futebol para crianças em Atalaia-AL, com a presença do goleiro Rogério Ceni, a Escolinha de Futebol Meninos de Ouro. O então goleiro do São Paulo se transformou no padrinho da escolinha. “Tenho muito orgulho de realizar esse sonho. Trazer aqui o melhor goleiro, o maior parceiro e o maior ídolo é um orgulho. Estou aqui sem palavras. A emoção está enorme. Só quero agradecer a todos”, disse Chulapa no evento de inauguração que foi realizado na Associação Cultural Professora Maria Luiza – ASMALU.

Ainda em 2014, Aloísio inicia seu plano de se despedir do futebol profissional no Sport Atalaia, time de sua cidade natal, na segunda divisão alagoana. A experiência do jogador, campeão pelo Santa Rita no ano anterior, foi útil. Relegado à segundona em 2013, o Sport Atalaia não subiu dentro de campo à elite (foi terceiro na primeira fase). O clube, todavia, herdou a vaga da finalista União Palmeirense, desclassificada pela inscrição irregular de jogadores-dirigentes. Sem dinheiro, porém, mesmo o apelo público de Aloísio Chulapa se mostrou incapaz de atrair empresários dispostos a manter o Sport Atalaia ativo e a equipe desistiu do estadual 2015.

Após passagem pelo Ipanema, em agosto de 2015, iniciou a terceirona paranaense pelo Maringá FC. Em dezembro do mesmo ano, assinou contrato de um ano com o Comercial-MS. Pelo Comercial-MS, contabilizou 3 gols (incluindo um no Clássico Comerário e um no primeiro jogo da final) e foi vice-campeão do Campeonato Sul-Mato-Grossense de Futebol de 2016. Em maio de 2016, acertou com o Sete de Dourados-MS para a disputa da Série D.

Grande ídolo do São Paulo, Aloísio se populariza ainda mais 2016 nas redes sociais por ter criado as expressões :'mim acher' e 'descubra' que são utilizadas pelos fãs de futebol. Passa a ser conhecido como o rei do "danone" (cerveja, no dicionário do boleiro) e do marketing nas redes sociais. Suas páginas no Facebook e no Instagram tem grande destaque e arranca o riso solto dos seus fieis seguidores.

Em novembro de 2016, dá inicio a um novo projeto com a sua Escolinha de Futebol AL 14, com o objetivo de desenvolver um projeto que possibilite aos jovens atalaienses realizar o sonho de um dia se tornar jogador profissional de futebol. A Escolinha vem levando jovens talentos para fazer testes em times como São Paulo e Goiás.

Em janeiro de 2017, Aloísio dá um tempo dos gramados para se dedicar ao cargo de secretário de esportes da cidade de Atalaia, a convite do prefeito e seu amigo, Chico Vigário. 'Estou muito feliz e, graças a Deus, estou realizando meu sonho, que é contribuir com o esporte da minha querida Atalaia, terra que nasci e tanto amo. Eu já havia sido convidado em outras oportunidades, mas eu não podia atender porque estava na ativa, jogando, e não teria como assumir os compromissos. Agora foi diferente, eu já parei e estou inteiramente dedicado a esse projeto do nosso prefeito (Chico Vigário, do PMDB) de resgatar o esporte da nossa cidade', disse o agora secretário de Esportes do município de Atalaia.

Em 30 de setembro de 2017, aos 42 anos, foi anunciado pelo Nova Conquista para a disputar o jogo de abertura da Segunda Divisão Tocantinense 2017.

Com 42 anos, Aloísio Chulapa se despediu oficialmente dos gramados na tarde do dia 10 de dezembro de 2017. Com as presenças de Rogério Ceni, Marta, Lugano, Amoroso, Josué, Carlos Alberto, do ator Henri Castelli e outros tantos amigos de Atalaia, realizou um jogo festivo no Estádio Municipal Luizão em sua terra natal. A sua despedida dos gramados, foi do jeito que sempre sonhou, na sua amada Atalaia, acompanhado por amigos e familiares.

O Aloísio Chulapa se destaca pela humildade, pela alegria, manter viva a sua origem.

"Atalaia é o melhor lugar do mundo. É minha Paris. Se eu fosse prefeito da minha cidade, sabe o que eu faria? Daria metade da prefeitura pro povo: "Cês querem que eu faça o quê?" Aí vou lá e faço. Quero minha cidade igual Paris, com uma rua brilhosa, aquele monte de árvore bonita, tudo aquilo. Sabe aquelas ruas que tem lá, Champs-Élysées, Saint-Germain? Meu sonho é fazer igualzinho em Atalaia.

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