O futebol sempre foi uma paixão nacional. Nós atalaienses também apreciamos referida modalidade esportiva. Corria o ano de 1954, tinha nesta época 11 anos de idade. Naquele tempo não havia campo de futebol em Atalaia. Batíamos “pelada” num campinho improvisado conhecido por ESTÁDIO DA GRAÇA, por ficar em frente à mercearia do Seu Graça. Ficava abaixo da antiga Estação Ferroviária, onde o trem entreva de costas, e servia, inclusive para a prática de voleibol. Ressalta-se que em Atalaia existia uma excelente equipe formada por: Dindo, Amauri, José Correia, Luís Lopes, Wilson Lopes, Lisboa, Nilton Fireman, Sargento Lourival, Jorge Arbage e os craques da Usina Uruba: Maquinista, Severino e Galego.
Anos depois, um grupo de dedicados e abnegados jovens teve a iniciativa de pegar na foice, enxada, estrovenga, pá, picareta, carro-de-mão e tocar a bola pra frente, a limpar o terreno abandonado, vizinho a fazenda do Dr. Gerônimo, Juiz de Direito, e pertencente à herdeiros da família do Sr. ZECA LOPES, grande político atalaiense de saudosa memória. Com o apoio do Prefeito de então (1957/1960) o Dr. Luis Augusto, conseguimos concluir os trabalhos. Em recompensa colocamos na entrada do campo uma placa ESTÁDIO PREFEITO LUÍS AUGUSTO, em sua homenagem.
Era um campinho todo cercado e com a grama bem cuidada pelo “VENENO” que também batia bola. Foi palco de inesquecíveis partidas de futebol. Contávamos com uma torcida fiel: Seu Salviano e o famoso charuto, Abílio alfaiate, Mílton alfaiate,, Zé Juzino marcineiro, Zé Vicente padeiro, Zeca da Maroca, Sapiranga, Quincas, Elói, Mané Cupertino, Seu Camelinho, Seu Manu, Seu Ernani Meira, Célio, George, Tio Antônio Sapateiro (grande poeta brejeiro), Gildenor, Zé Emiliano, Gercino, Nivaldo Ferreira, Zezito Ferreira, Luis Gregório, Cícero da Nova Olinda, Seu Júlio enfermeiro e tantos outros.
A equipe era formada por jovens da cidade e, às vezes, mandava-se buscar reforços em Pilar (Casiano e Dimas), Usina Uruba (Biu Pretinho e Caetano), Usina Ouricuri (Talvane), Rio Largo e Maceió (Mário Dias, Mário Pinto, Marcelo Alfredo etc.). Além dos craques da foto acima exposta (foto 1), havia os irmãos Valdevino, Miguel e Peu, o Vânio, Aloísio Buchão, Preiá, Luis da Elvira (Amendoim), Zé Vitor, Tonho da Elvira, José Gitaí e Serafim (goleiros), Pepé (goleiro), José Maria do Correio, Pedro Leandro, Paulo relojoeiro, Édson do caldo, Mané Gomes, Nélson soldado, Edinho do Seu Alceu (quebra-queixo), Fala Baixinho (caldeirão), Aloísio Lopes, etc.
Além dos jogadores já citados, outros nomes fizeram parte de formações do Independente, entre eles podemos citar: Osmar, Cardenio, Marcos Paulo, Zé Maria, Peu, Miguel, Mário Vovô, João da Prensa, Lulão, Eliel, Riva, Getúlio, Dé, Tonho, Gilberto, Valdo, Ricardo Jorge, Gélio, Castilho, Sulipa, Francisquinho, Fernando Lancha, Fernando Barbosa, Pitel, Tempero, Ricardo Borges, Kleber, Ronaldo, Aloísio, Neno, Zé Neto, Leônidas, Sérginho, Zé da Bá, Zé Edson, Mané da Cosma, Duca, Eliot, Pinga, Dadú, Jailson, Radinho, Toninho, Abiran, Marcelo Barbosa, Felipe, Zé Vitor.
Getúlio Pereira Leite também nos lembra que: "Dias antes dos jogos fazíamos uma grande propaganda. Colocávamos cartazes na Praça Nova, na Praça central (em frente à Igreja), na esquina do Bar do Seu Arnóbio, na rua da Cacimba, na Estação Ferroviária e no Mercado Público, anunciando: NÃO PERCAM domingo sensacional partida de futebol entre o INDEPENDENTE X (time visitante)".
Da esquerda para a direita: Zé do Pedrinho, Zé Humberto e Cardênio
O Independente contou ainda com o apoio logístico do serviço de alto falante da Prefeitura, ás 18:00 horas, logo após a AVE MARIA, que tinha como locutores ZEZINHO FREIRE (PACA) E ZEZINHO DO MANOEL ORMINDO, anunciando as partidas de futebol. Getúlio relata que: "Jogávamos, na maioria das vezes, em casa (nosso campo); outras, em Pilar, Rio Largo, Capela, Usina Ouricuri, Usina Uruba, União dos Palmares e etc. Tínhamos como meio de transporte o caminhão da Prefeitura, dirigido pelos motoristas Josué, Alírio e Moacir, além do caminhão do Seu Salviano, ambos acionados à manica".
Professor Ézio Lima nos relata outra curiosa passagem da Associação Sportiva Independente, essa escrito por Cláudio Medeiros, o popular Cacau, em texto do livro ainda não publicado Memórias da Casa de Meu Povo, onde conta sobre as rígidas atuações dos zagueiros Armênio e Ricardo Jorge, onde geralmente, pelo menos, um dos dois era expulso na partida. "Com mais ou menos 10 minutos do 1º tempo, o Armênio foi expulso. Não saiu. Sentou no meio do campo e disse: ”Só saio daqui se esse juiz filho da p. ladrão também sair. O jogo ficou paralisado por cerca de 25 minutos, até que o juiz fosse substituído. Por solidariedade, o Ricardo Jorge pediu também para ser substituído. Era a zaga mais respeitada da região, não pelo futebol, mas porque era a zaga que mais dava porrada nos adversários".
O técnico do INDEPENDENTE era também jogador, o DINDO, que tendo estudado no Rio de Janeiro, pode-se dizer, foi o pioneiro da prática do futebol e voleibol em Atalaia. Os árbitros eram: Seu Hamílton da Estatística (IBGE) e João Rosendo (conhecido por João Boquinha).
Note-se que, na fotografia tirada em 12.08.1960, estou agachado, à esquerda do saudoso amigo JOSÉ HUGO e atrás do JOSÉ OTÁVIO (filho do Celio). Que Deus os tenha em sua glória.
Dias antes dos jogos fazíamos uma grande propaganda. Colocávamos cartazes na Praça Nova, na Praça central (em frente à Igreja), na esquina do Bar do Seu Arnóbio, na rua da Cacimba, na Estação Ferroviária e no Mercado Público, anunciando: NÃO PERCAM domingo sensacional partida de futebol entre o INDEPENDENTE X (time visitante).
Contávamos, ainda, com o apoio logístico do serviço de alto falante da Prefeitura, ás 18:00 horas, logo após a AVE MARIA, que tinha como locutores ZEZINHO FREIRE (PACA) E ZEZINHO DO MANOEL ORMINDO, anunciando as partidas de futebol. Jogávamos, na maioria das vezes, em casa (nosso campo); outras, em Pilar, Rio Largo, Capela, Usina Ouricuri, Usina Uruba, União dos Palmares e etc. Tínhamos como meio de transporte o caminha da Prefeitura, dirigido pelos motoristas Josué, Alírio e Moacir, além do caminhão do Seu Salviano, ambos acionados à manica.
Anos mais tarde, o INDEPENDENTE se desfez por fatores vários, dentre outros, a necessidade de seus componentes emigrarem para um centro maior (Maceió), a fim de estudar e trabalhar, obedecendo a ordem natural da vida. Amizade ainda persiste em nossos dias. Vez por outra, encontramos um membro daquele grupo e relembramo-nos um pouco do passado que nos trás salutares recordações.
Destarte, o INDEPENDENTE fazia as tardes festivas dos domingos da geração jovem e desportista atalaiense da época. THIS IS A LIFE (isto é a vida)!.
O Independente sobreviveu até 1995.
*Getúlio Pereira Leite – Foi Funcionário do Banco do Brasil e Advogado da UFAL.
"Tem um ta de futibó
Chamado Independente
Que o juiz sendo da gente
Num há quem possa vencê
Pode trazer qualquer time
De lá das banda do sul
Vasco, Paimeira, Bangu
Chega aqui tem que perder".
Trecho do poema Atalaia Minha Terra, de Antônio Aurélio.